7 de fev. de 2010

"A Inglaterra é uma cloaca", diz Nobel de Literatura


"A Inglaterra é uma cloaca". Foi com esta afirmativa que o ganhador do Nobel de Literatura de 1986, o nigeriano Wole Soyinka resumiu seu sentimento para com os ex-colonizadores de seu país e de tantos outros países da Africa subssaariana. O escritor, que divide residência entre Nigéria e Estados Unidos deu entrevista a Tunku Varadarajan, do site americano de notícias The Daily Beast .

Soyinka - autor de The Road - é um ativista pela democracia em seu país, que considera injustamente classificado pelos Estados Unidos como incubadores do terrorismo islâmico. "Foi uma reação irracional, ignorante dos americanos. O terrorista não se torna radical na Nigéria. Isto acontece na Inglaterra, onde ele vai para a universidade estudar", argumenta.

Continuando sua linha de raciocínio, Soyinka diz:" É socialmente coerente permitir que todas as religiões orem abertamente. Mas isto é ilógico, porque nenhuma das outras religiões pregam a violência apocalíptica. E a Inglaterra autoriza isso. Lembre-se, aquele país foi um campo fértil para o comunismo, também. Karl Marx fez todo seu trabalho nas bibliotecas dali".

Para o ganhador do Nobel há uma justificativa nesta 'abertura' à religião islâmica:"O colonialismo cria uma arrogância inata, mas quando você assume um tipo de aventura imperial, aquela arrogância dá lugar a um sentimento de acomodação. Você tem orgulho de sua abertura". Esta seria para ele uma confirmação da auto-imagem de grandiosidade - a Grã-Bretanha  deixa  todo mundo pregar o que quiser sem constrangimentos. A educação, na sua avaliação é a saída contra o extremismo religioso e a intolerância: "Educação. E punição rigorosa para aqueles que acham, não 'eu estou certo, você errado', e 'eu estou certo, você está morto' ".

Na opinião de Wole Soyinka, esta fase de batalhas no mundo religioso (que tem inclusive atingido a Nigéria em conflitos religiosos entre muçulmanos e cristãos) iniciou-se quando o Aiatolá Khomeini proferiu sua fatwa (pena religiosa do Islã) contra o escritor Salman Rushidie em 1989. A partir daí a agressão doutrinária tornou-se agressão física e a presunção de poder sobre a vida e a morte passor a fazer parte da ideologia de muçulmanos inconsequentes em todo o mundo.

Segundo o escritor, o islamismo não tem condições de se tornar racidal nos Estados Unidos, ao contrário do Reino Unido, isso porque nos EUA os muçulmanos são mais abertos, já na Inglaterra eles se escondem em guetos.

Finalizando a entrevista Wole Soyinka lamentou que a Nigéria esteja doente - assim como o chefe da nação Umaru Yar'Adua, em coma num hospital da Arábia Saudita. Disse que seu país tivesse um governante à altura, eles teriam resistido à idéia americana de listar a Nigéria como país terrorista ao lado de Afeganistão e outros. Lamentou a impossibilidade de ter em seu país um chefe de estado que estivesse capacitado para dialogar com Barack Obama. "Mas qual chefe de estado nigeriano poderia falar com Obama? Não há nenhum governando neste gigante que é a África!".

Fonte: www.thedailybeast.com

3 comentários:

  1. Olá, tudo bem? Mas nos EUA há grupos fundamentalistas também... Discordo da visão do intelectual.. Não seria só na Inglaterra.. Abraços, Fabio www.fabiotv.zip.net

    ResponderExcluir
  2. Às vezes eles colocam as idéias deles como se fossem as únicas certas! ¬¬³

    ResponderExcluir
  3. Fundamentalistas estão em todos os lugares. Alguns mais escondidos, outros mais explícitos.
    André San, www.tele-visao.zip.net

    ResponderExcluir